O ano de 2024 é um ano cheio de oportunidades mas também cheio de riscos para telecom e as indústrias do setor. Vem saber mais nesse conteúdo especial que preparamos para você!
A indústria de telecomunicações é um terreno fértil para a intersecção de mudanças tecnológicas, tensões geopolíticas, evoluções econômicas e desenvolvimentos sociais. Esse setor se depara com um leque de riscos que se mostra inegavelmente mais complexo e mutável do que em qualquer outro ramo.
No ano de 2024, enquanto os ventos macroeconômicos sopram contra, com crises de custo de vida e perturbações na cadeia de suprimentos, a estabilidade financeira e a resiliência são ameaçadas.
Simultaneamente, novas tecnologias como a IA generativa (GenAI) e o 5G autônomo apresentam desafios à inovação e à resiliência empresarial. Nesse cenário dinâmico, as iniciativas de transformação empresarial ganham força, enquanto a sustentabilidade, a diversidade e inclusão, bem como os modelos de trabalho híbridos, moldam a paisagem corporativa.
A indústria de telecomunicações, por sua vez, assiste à remodelação de sua cadeia de valor, com processos de exclusão e consolidação de infraestruturas que redefinem suas estruturas de mercado.
Diante desse cenário em rápida transformação, voltamos nossa atenção para este ano, identificando os 10 principais desafios que a indústria de telecomunicações enfrentará em 2024.
À medida que a indústria de telecomunicações avança em direção ao futuro impulsionada pela Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem em larga escala e inteligência artificial (IA), a segurança cibernética emerge como uma preocupação central.
Embora a maioria das empresas reconheça o potencial positivo da IA, com 79% vendo-a como uma força para o bem, há uma conscientização crescente sobre os riscos associados à privacidade, segurança e confiança.
Segundo a pesquisa, 74% das empresas de telecomunicações sentem a necessidade de intensificar seus esforços para mitigar os perigos apresentados por “maus atores” na área da IA e estão atentas às implicações éticas. Surpreendentemente, 68% admitem que ainda não estão fazendo o suficiente para gerenciar as consequências indesejadas dessa tecnologia.
Esses dados destacam a urgência de uma abordagem mais proativa na proteção dos sistemas e dados nessas organizações, à medida que avançam em um mundo cada vez mais conectado e digitalizado.
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2º Risco: perda de controle na jornada do consumidor
O mais recente estudo da EY, intitulado “Decifrando o Lar Digital”, revela que apenas um terço dos lares acredita que as empresas de telecomunicações têm oferecido apoio adequado durante a crise econômica.
Três quartos dos entrevistados expressam o desejo de que os provedores de serviços de banda larga ofereçam mais garantias de preços fixos, enquanto quase metade (49%) considera as explicações sobre as mudanças de preços confusas. Essas preocupações estão levando os consumidores a buscar alternativas, resultando na perda de controle das empresas de telecomunicações sobre o processo de compra.
Além disso, o estudo revela que a proporção de famílias que utilizam sites de comparação de preços ou pedem recomendações a amigos e familiares aumentou de 19% em 2022 para 30% em 2023.
As restrições financeiras estão levando as empresas de telecomunicações a reduzirem suas atividades de recrutamento. De acordo com a pesquisa da EY, 55% dos empregadores do setor afirmam que estão congelando contratações, quase o dobro da média de outros setores (28%).
Além disso, os esforços para controlar custos estão resultando em reduções de salários e benefícios, mencionados por 61% das empresas de telecomunicações, em comparação com 44% de todos os empregadores.
É interessante observar que a gestão de talentos é uma das principais preocupações dos empregadores de telecomunicações, com a retenção, a atração e o desenvolvimento de talentos classificados entre as principais prioridades.
4º Risco: desafios na divulgação e implementação de iniciativas climáticas
As divulgações sobre questões climáticas feitas pelas empresas de telecomunicações são frequentemente criticadas por sua falta de qualidade, enquanto a complexidade interna dificulta o avanço de suas iniciativas relacionadas ao clima.
Um estudo realizado pela EY em 2022 revelou que os executivos do setor enfrentam dificuldades significativas ao tomar decisões relacionadas às mudanças climáticas. Cerca de 4 em cada 10 executivos relatam dificuldades em obter apoio das partes interessadas internas para essas iniciativas.
Além disso, uma grande proporção de 57% menciona que a complexidade interna, com vários grupos envolvidos, dificulta o progresso.
Outro desafio destacado é que 53% dos executivos das empresas de telecomunicações reconhecem que suas estratégias climáticas consistem em diversas iniciativas competindo entre si, em vez de adotar uma abordagem unificada e integrada.
5º Risco: adoção de novos modelos de negócio para empresas de telecomunicações
Muitas empresas de telecomunicações estão buscando oportunidades de crescimento no mercado empresarial, mas os serviços voltados para empresas (B2B), como Internet das Coisas (IoT) e segurança, ainda contribuem apenas de forma limitada para suas receitas.
Os indicadores-chave de desempenho (KPIs) relacionados ao segmento B2B são frequentemente subestimados em comparação com o segmento B2C, o que dificulta a avaliação do progresso das empresas de telecomunicações em relação à sua estratégia para esse mercado.
Além disso, um estudo da EY revelou que as empresas de telecomunicações enfrentam desafios na construção de credibilidade como consultoras digitais no mercado B2B. Embora 53% das grandes empresas considerem essas empresas como especialistas em IoT, apenas 22% as veem como especialistas em transformação digital. Esses obstáculos limitam a capacidade das empresas de telecomunicações de oferecer consultoria adicional ou serviços relacionados a software para as empresas.
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6º Risco para telecom: qualidade de rede e proposta de valor
Segundo a pesquisa global mais recente da EY, intitulada “Decifrando o Lar Digital”, cerca de 26% dos lares relatam frequentemente enfrentar problemas com a confiabilidade da conexão de banda larga doméstica, enquanto 29% enfrentam desafios semelhantes com o sinal de dados móveis dentro de casa.
Apesar dos esforços das operadoras para aprimorar a velocidade e qualidade dos serviços, muitos clientes permanecem céticos, com 43% questionando a veracidade das garantias de desempenho do Wi-Fi. Além disso, as propostas de valor das operadoras estão observação do público, pois um em cada três consumidores acha difícil correlacionar velocidade com desempenho, enquanto metade não acredita que velocidades mais rápidas justifiquem um preço premium.
Esses desafios destacam a necessidade de as operadoras melhorarem não apenas a qualidade de sua rede, mas também sua comunicação e oferta de serviços para atender às expectativas e necessidades dos clientes.
Com a rápida transformação do cenário profissional impulsionada pela pandemia e avanços tecnológicos, a preferência por modelos de trabalho flexíveis está se tornando cada vez mais evidente em diversos setores.
Esse movimento é particularmente pronunciado na indústria de telecomunicações, onde 30% dos funcionários expressam o desejo de trabalhar remotamente em tempo integral, deslocando-se apenas quando necessário, uma proporção superior à média de 23% observada em todos os setores.
Essa mudança de paradigma não apenas reflete uma adaptação às novas realidades do mercado de trabalho, mas também tem profundas implicações para o desenvolvimento de competências dos profissionais dessa área.
De acordo com a pesquisa, o acesso à aprendizagem e ao desenvolvimento de habilidades emerge como um fator crucial para o sucesso dos trabalhadores remotos ou híbridos na indústria de telecomunicações.
Essas dinâmicas revelam um cenário onde a flexibilidade no ambiente de trabalho está se tornando não apenas uma preferência, mas também um requisito essencial para a capacitação e retenção de talentos nesse setor em constante evolução.
As empresas telecom estão cada vez mais interessadas em adquirir serviços de fornecedores de telecomunicações que possuam expertise e capacidades em ecossistemas.
Um mínimo de 71% delas prioriza fornecedores de 5G que mantenham relações sólidas nesse sentido. Contudo, apesar desse interesse crescente, diversos desafios ainda impedem a eficácia dessas parcerias.
A incerteza sobre o retorno do investimento é apontada por 36% das empresas como uma das principais barreiras, seguida pelo apego a métodos de crescimento tradicionais (25%) e preocupações com segurança cibernética (25%).
Esses obstáculos ressaltam a importância de uma abordagem estratégica por parte das empresas de telecomunicações para superar tais desafios e aproveitar ao máximo os benefícios das relações ecossistêmicas.
9º Risco: adaptação ao cenário regulatório
A preocupação com os requisitos regulatórios é evidente entre os líderes de empresas de telecomunicações.
Cerca de 61% desses líderes acreditam que os desafios regulatórios terão um impacto significativo no desempenho de seus negócios neste ano. Além disso, as análises recentes de fusões têm gerado controvérsias em alguns mercados, enquanto os quadros fiscais continuam a evoluir.
Outro ponto de preocupação é a regulamentação em desenvolvimento da inteligência artificial (IA), que já está gerando divergências nacionais quanto ao equilíbrio entre diretrizes e legislação planejada.
Esses desafios destacam a necessidade urgente de as empresas de telecomunicações se adaptarem de forma ágil e eficaz ao ambiente regulatório em constante transformação.
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10º Risco: fala ao acelerar estratégia para agregar valor à infraestrutura
Os esforços das empresas de telecomunicações para extrair valor de sua infraestrutura estão ganhando impulso e amplitude. De acordo com os dados da EY, há um foco contínuo em iniciativas de carve-outs (processo de separação de uma linha de negócio de uma empresa) de infraestrutura, que envolvem a separação e venda de ativos.
Cerca de 41% dos CEOs do setor planejam buscar cisões e ofertas públicas (IPOs) em 2024, enquanto 61% afirmam que procurarão formar joint ventures ou alianças estratégicas com terceiros.
Essas ações têm o objetivo de reconfigurar os modelos de propriedade e diversos tipos de infraestrutura, demonstrando um esforço conjunto para otimizar e maximizar o valor dos recursos disponíveis.